...:: A nossa identidade ::...

 

O moderno sistema social, não solidário e consumista, gerador de disparidades e abismos em relação aos outros, reclama cada vez mais a eficácia das Instituições Particulares capazes de ofertar a primazia da solidariedade social.

 

Na fidelidade aos Estatutos (art. 3º), da nossa Instituição Particular de Solidariedade Social, sentimos ser nosso dever:

  • Prosseguir os fins da Segurança Social / Acção Social, nomeadamente: colaborar na assistência e promoção social, cultural e espiritual da população da área...
  • Desenvolver na população o espírito de solidariedade, de entreajuda  e de participação activa na solução dos seus problemas, dando particular atenção às crianças, aos jovens, aos idosos e às famílias mais carenciadas ou atingidas pelo infortúnio.
  • Contribuir para o respeito pela dignidade da pessoa humana, dentro dos princípios da fé e moral católicas, sem discriminação de ordem ideológica, política, étnica e confessional.
  • Cooperar com outras Instituições congéneres e afins.

A solidariedade de Deus para com os pobres é razão suficiente para que nós cristãos também sejamos solidários como forma de testemunharmos a nossa convicção e novidade, concretizando nos mais necessitados a nossa comunhão com Cristo, “até se consumar naquele dia em que os homens, salvos pela graça, darão perfeita glória a Deus, como família amada do Senhor e de Cristo seu irmão” (G.S. 32).

Como responsáveis por uma Instituição Particular de Solidariedade Social e todos quantos nela trabalhamos, vivendo humildemente o dom da fé, descobriremos que temos um contributo significativo a dar à humanização deste mundo, não passando ao largo, como o sacerdote e o levita a caminho do templo, mas comprometendo-nos face às esperanças, alegrias e misérias da humanidade. Nossa consciência ética deve levar-nos a tomar posição por todos quantos necessitam e ainda carecem verdadeiramente da solidariedade humana.

Porque as tecnologias e as comunicações revolucionam os padrões de vida, somos chamados a exercer a nossa solidariedade enfrentando os novos desafios, lado a lado com as famílias, as instituições, as empresas e a sociedade. De um lado, o relativismo ético, a insaciável satisfação de interesses nem sempre legítimos, o indiferentismo moral, e a banalização das atitudes e comportamentos que atrofiam o espírito de solidariedade, de partilha e de gratuidade. Do outro lado, a nossa consciência de cristãos que convida à promoção da vida, agindo, e não apenas reagindo vagamente, contra os males sociais, e a lutarmos por uma renovada ética de solidariedade e promoção da justiça, exercitando o princípio básico da subsidiariedade social.

A partir de um espaço não político, potenciando os valores do voluntariado, da generosidade, da disponibilidade e da participação, poderemos alicerçar uma solidariedade autêntica e persistente, não burocrática, mais desinteressada e amiga.

Como cristãos, é nosso dever promover e oferecer uma solidariedade que supere a dos espaços políticos, das instituições civis e que permaneça para lá das sensações rápidas, próprias de momentos isolados. Nossa dívida face às situações desumanas em outras partes do planeta não resulta de um sentimento de culpa mas antes da responsabilidade que nasce do reconhecimento da fraternidade universal, porque todos humanos, filhos do mesmo Pai e também irmãos. Só na medida em que lutarmos contra uma espiritualidade meramente interior e individualista seremos capazes de dar respostas desinteressadas e gratuitas, abertos a toda a humanidade presente e futura, dando até mesmo do que necessitamos, como a “viúva do Evangelho” (Lc.21,1-4) ao mesmo tempo que escutamos um dos mais eloquentes convites à solidariedade para com os caídos na berma da estrada: “vai e faz tu o mesmo”! (Lc.10, 25-37)